02 maio 2008

LONGE

Longe como a flor no meio do caminho
como um pingo vem caindo devagar
longe como vive um passarinho
como os dias um a um em frente ao mar

Longe como é a casa grande da senzala
como a alma dos que vivem pra sonhar
como a janela aberta de uma sala
como amantes que saíram pra jantar

Como as palavras esquecidas do profeta
como um texto que não pode emocionar
como o sol que vai nascendo de mansinho

Como o menino que um dia vai ser poeta
como a flor que foi colhida no caminho
caminho que não volta pro lugar

Um comentário:

  1. Anônimo4.5.08

    o que eu posso dizer? lindo! simplesmente lindo e tocante! cheio de imagens e conteúdo. algo de intocável, mas sempre presente, como sensações essenciais de quem está vivo...sabe que está e mas não está nunca lá...mais ou menos como o horizonte...tão necessário e tão intocável, ao mesmo tempo...e mais ainda como o caminho,que quando retomado, não é mais o mesmo...tenho mais coisas guardadas deste poema...elas vão vindo aos poucos e aos poucos eu vou dizendo...parabéns, querido, por escrever pra nós...obrigada por escrever pra nós...com respeito e carinho, mô amorim

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