11 maio 2009
09 maio 2009
Passa da meia-noite. Jornal da Globo. Tenho outra opção? Se procurar... Mas tô sem paciência. Na verdade, tô com sono e meio bêbado. Só umas cervejinhas. Nada de exagero.
Deu no noticiário: o cigarro foi o responsável pelo elevação da inflação no mês de abril.
Todos os fumantes perceberam.
Mas não sou contra, não - mesmo tendo voltado a fumar. Que suba o cigarro e desça o frango. Vai ter galeto todo domingo na lage.
Então passei num sebo dia desses e encontrei um Thiago de Mello. Nunca imaginei fosse encontrar um livro tão fora de contexto naquele lugar. Às vezes a gente se surpreende.
Lembro do ônibus que me levava todos os dias para escola quando pequeno. Dizia um adesivo sobre a cabeça do motorista: "Jamais julgues um livro pela capa".
O fato é que me surpreendeu aquele livro naquele lugar meio sem critério.
Eu esperava a ligação de uma amiga, por isso entrei no sebo. A ligação não veio, mas levei para casa uma das maiores aquisições dos últimos tempos: "Mormaço na Floresta".
Passou da uma. O Jornal da Globo acabou, começou o Jô. Sim, eu tenho outra opção. Thiago de Mello, o silêncio e um cigarro.
07 maio 2009
SITUA O CIDADÃO
Situa o cidadão. Um monte de desgraça na TV. Cacete! Aí preparo um chá de raiz de lótus. Pra quê? Dizem que é bom pras vias respiratórias. O brasileiro adora tomar um comprimido. Li numa matéria da revista... hum... Preciso tomar um remédio para memória.
Faz frio. Já fumei a cota de cigarros por hoje. Que vontade. Aí fui tomar um café no shopping hoje à tarde. Lá onde dá para ficar sentado, ler uma revista, um livro; lá onde tem espaço para fumantes. Mas não fumei. Resisti. Pedi uma água com gás e fiquei lendo a Cult que comprei. A dos filósofos. E comecei a pensar na morte. Coisa louca, né? Ficar pensando na morte às cinco da tarde de uma sexta-feira chuvosa, numa cafeteria onde se pode sentar, ler uma revista ou um livro, e fumar. Mas não fumei. Resisti.
Foi o Michel Onfray. O cara é danado. Montou uma universidade popular gratuita no norte da França e suas aulas são transmitidas por uma rádio estatal. Cacete! Dizem que é super cortejado pelo povo francês hoje. Acredito. Apedraja as três grandes religiões monoteístas do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo. Acredito. O povo quer novos ídolos. Cacete! O cara é danado.
Desligo a TV. Fico pensando se não é uma atitude muito radical. Torno a ligá-la. Mudo de canal. Penso que é uma atitude mais moderada. Termino o meu chá. Olho para a linha da vida da minha mão direita. Ainda não está na hora. Ufa, respiro aliviado. Tchau. Vou fumar um cigarro.
06 maio 2009
05 maio 2009
01 maio 2009
Recorro
aos meus oráculos.
Uma taça de vinho,
um pedaço de pão.
Criei expectativas
diante de altos prédios tortos,
mas só visualizei
o que não me foi dito.
Posteriormente percebi
o quanto eu tinha em mãos.
Uma caneta,
um caderno de anotações.
O mundo é o mesmo
onde quer que você se esconda.
O mundo é matreiro,
esperto,
duro,
e você vai por aí
a beber café pela cidade
olhando para os lados iludido
com a ideia de encontrar
algum rosto amigo.